Perdas necessáriasFábio de Melo, scjDeixa partir o que não te pertence maisDeixa seguir o que não pode voltarDeixa morrer o que a vida já despediuAbra a porta do quarto e a janelaQue o possível da vida te esperaVem depressa que a vidaPrecisa continuarO que foi já não serve é passadoE o futuro ainda está do outro ladoE o presente é o presenteQue o tempo quer te entregarFala pra mim, se achares que posso ouvirChora ao teu DeusSe não podes compreenderRasga este véu do calvárioQue te envolveuTão sublime o segredo se escondeNesta dor que escurece o horizonteQue por hora impedeOs teus olhos de contemplaremO eterno presente no tempoO ausente presente em segredoNa sagrada saudade que o deixa continuarDeixa morrer o que a morte já sepultouDeixa viver o que dela ressuscitouNão queiras ter o que ainda não pode serÉ possível crescer nesta horaMesmo quando o que amamosFoi emboraA saudade eterniza a presençaDe quem se foiCom o tempo esta dor se aquietaSe transforma em silêncio que esperaPelos braços da vida um dia reencontrar.Essa música é cantada por uma criatura iluminada, chamada Pe. Fábio de Melo (
www.fabiodemelo.com.br). Eu ouvi o CD dele cheia de prevenções, no Carnaval, quando fui visitar minha mãe. Quem me conhece sabe minha opinião a respeito de Igreja, religião e etc, e minha primeira reação ao ver que minha mãe estava ouvindo cds de músicas cantadas por padres foi torcer o nariz. Mas fui ouvindo e gostando, e essa música aí em cima fez parte de um momento muito especial.
Como as pessoas que convivem comigo sabem, eu passei por uma fase em que estava muito mal, me sentia abafada, sem saída, não estava gostando do que a vida me apresentava mas também não sabia como mudar, pra todo lado que eu olhava não via saída, quando via era algo pior, um dos motivos de eu ter ido pra PG no carnaval foi isso, ficar um pouco longe de tudo pra clarear a cabeça. E acho que vou me lembrar desse momento pra sempre. A minha mãe costurando, eu sentada numa cadeira do lado da máquina de costura, nós duas conversando, eu com o encarte do CD aberto, lendo algumas letras. Passou-me pela cabeça a seguinte frase pra falar pra minha mãe: "Mãe, por que será que a gente sempre insiste em querer de volta o que já passou, em achar que antes era mais fácil e não se contentar com o momento presente?" No momento em que eu ia abrir a boca pra falar, comecei a ler a letra da música. Que veio de encontro a tudo que eu estava pensando, tudo que eu estava sentindo, e vi que tudo que eu precisava era deixar partir o que me incomodava e aceitar e viver o hoje. Sei que às vezes acabo sendo repetitiva nisso, aqui no blog, mas é que eu repito a mensagem pra mim mesma várias vezes pra ver se consigo realmente introjetá-la. Chorei muito lendo a letra, chorei mais ainda ouvindo a música. E senti um alívio tão grande depois daquelas lágrimas que todas as minhas prevenções foram pelo ralo. Padre ou não, Igreja ou não, religião ou não, o Fábio de Melo é uma pessoa iluminada, e a mensagem dele me tocou muito fundo...
Estou pensando em dar um tempo na versão diário desse blog. Realmente reativei o flog, e estou atualizando quase diáriamente, então ficaria repetitivo postar lá e aqui as mesmas coisas... talvez use isso daqui pra escrever minhas abobrinhas, meus rabiscos, desabafar - embora nem tudo eu possa comentar aqui, mas já alivia...
Sei lá... não quero abandonar isso daqui... mas ando com ânimo zero pra muita coisa, e estou bem avessa ultimamente a qualquer coisa que exija algum compromisso da minha parte... por isso só vou atualizar aqui quando estiver realmente afim... eu acho.
Postado Por:
Laurelin Corsets às 5/13/2006 10:33:00 PM