
Esse post de hoje é em homenagem a um bebezinho de olhos azuis chamada Laura (não, não é a da foto) que nasceu sábado, dia 23, às 12:50. Ela é filha do Aurélio, um dos meus melhores amigos, a minha consciência nº 2, uma pessoa de quem gosto MUITO. Tive a notícia ontem e liguei pra ele pra dar os parabéns, se formou uma poça de baba no meu telefone, de tanto que ele babava falando da filha. Ao que parece está muito feliz e orgulhoso, e eu desejo toda a felicidade do mundo pra ele, pra Adriane, esposa dele, e pra Laurinha. Parabéns, Tio Lelo!!!
A propósito, caso eu tenha dado a impressão de que só tinha gente babaca na casa da Anigel, isso não é verdade. Tinha muita gente legal, mas tinha dois ou três babacas com quem tenho que usar minha pouca tolerância.
Voltando às vacas frias, tou com sono. E olha que dormi era por volta de onze, ontem. Dormi em cima do livro, com janela escancarada e abajur ligado. Acordei era uma e pouca pra desligar tudo, e às cinco pra me cobrir com o lençol, porque – pasmem – estava sentindo FRIO. Sabem o que é isso? Tou sofrendo com calor desde que cheguei aqui, e a noite estava suficientemente fresca pra que eu, dormindo sem lençol, sentisse um friozinho básico!!! Hoje hora que saí pra trabalhar o relógio/termômetro do metrô tava marcando 19º... ah, paraíso!!! (sim, ando dando razão pro Eduardo quanto ao calor daqui...)
Ontem o dia foi parado mas tenso pra caralho. Estamos com problema de senha em um sistema, adiamos a assinatura de um contrato habitacional de quinta pra hoje, e agora são 10:00, o contrato tá marcado pra daqui a uma hora e não conseguimos a bendita senha ainda. Shit.
Minha mãe me ligou agora cedo querendo conversar, percebi que ela não estava bem. Mandei mensagem pra ela perguntando o que tava rolando, ela disse que era tia Ivone a deixando pior e que ela tinha vontade de sumir, e que só eu e Tio Paulo que a segurávamos. Ela já tentou suicídio uma vez, e com o tanto de Valium que ela costuma guardar em casa, nada a impede de tentar de novo.
PUTAQUEOPARIU. Será que nunca vou ter sossego em relação a isso, que vou ter que viver sempre com medo de que alguém que eu amo faça isso? Quando consegui me tranquilizar um pouco em relação a minha mãe, pq ela tinha companhia e tudo, aparecem os pepinos da Claudia, as noites sem dormir, etc. Aí quando eu FINALMENTE consigo me desvencilhar das preocupações com a Claudia – em outras palavras, dar um belo FODA-SE – voltam todos os motivos de preocupação com a minha mãe. Não sei mais o que fazer, juro que já tentei me despreocupar, mas não dá... acho que agrava-se um pouco o fato de eu estar MUITO longe e se ela fizer alguma merda consigo mesma, eu não vou poder fazer nada daqui... é essa sensação de impotência, e ao mesmo tempo saber que estou errada em tentar carregar os males do mundo nas costas, que me deixam sem saber o que fazer.
Bom, quanto aos comentários:
Urd: não que eu tenha algum problema, eu só achei um puta desaforo ele fazer o que fez no sonho.
Du: Blé.
Lucas: valeu, guri.
Di: ao menos vc anda passando por aqui... =) E quanto à crise, calma. Qdo chegar a hora, ela aparece.
Zé: COMO ASSIM vc e seu amor usarem aliança de compromisso? Tá né?
Continuemos o conto...
APENAS MAIS 24 HORAS – parte III
“Entrei em depressão depois dessa fase. Combinava o álcool com o Valium, dormia a maior parte do dia, e quando estava acordada estava bebendo. Ou chorando. Ou os dois. Era a combinação que estava acontecendo numa tarde em que tocaram minha campainha, eu abri, eram duas senhoras elegantes mas completamente desconhecidas. Cheguei a pensar que fossem pregadoras de religião, não atentei para o detalhe que para passarem pela portaria teriam que ter dito meu nome, para subir.
O primeiro vislumbre de luz para minha vida veio dessas duas. Marilda, através de um amigo que tinha em comum com essas senhoras, havia pedido que me fosse feita uma visita – ou abordagem, como vim mais tarde a saber. Elas eram de Alcoólicos Anônimos e estavam estendendo a mão para tentar me salvar. Embora soubessem que a pessoa só pode ser ajudada se quiser.
Fiquei bastante retraída neste primeiro encontro, mas não recusei quando elas me deram seus telefones, o cartão e horários de reunião de um grupo perto da minha casa e se ofereceram para ir junto comigo, caso eu desejasse.
Ruminei a idéia durante um tempo. Numa sexta em que (mais uma vez) Alberto faria serão e os meninos estavam numa festa e voltariam de taxi – nunca mais eu tinha tido coragem de dirigir desde então – decidi ligar para uma das mulheres que me haviam visitado, Maria José, e conversar. Ela perguntou se eu tinha bebido naquele dia, eu disse que sim, mas que tinha conseguido ficar a tarde toda sem beber, mas que precisava falar com alguém senão beberia de novo. Ela me convidou para ir à minha primeira reunião de A.A. E eu fui. Morrendo de medo de fazer feio, de entrar num lugar estranho, não sabia que tipo de gente encontraria lá. A visão que eu tinha de alcoólatras eram mendigos no meio da rua, bêbados, dormindo em portas de banco. Por mais que soubesse que tinha um problema com a bebida, não conseguia me encaixar nessa visão.
Antes de sair não resisti e tomei uma dose de vodka. Se Maria José sentiu o cheiro não comentou, continuou amável comigo. Fui bem recebida, mas fiquei retraída a reunião inteira. Não me manifestei quando o coordenador perguntou se alguém queria ingressar. Maria José me levou de volta para casa e disse que quando eu quisesse ir novamente era só ligar para ela.
Nas duas semanas que se seguiram, continuei bebendo, mas um pouco menos. Me sentia mal quando bebia, imagens daquelas pessoas que tinha visto bem no grupo invadiam minha mente, mas eu pensava que não era daquele jeito, que podia parar quando quisesse. E ria de mim mesma, quando percebia que estava tentando me convencer de uma besteira. Na sexta seguinte fui sozinha à reunião. Cheguei em cima da hora de começar, para não ser notada. Me sentei no fundo e conforme as pessoas iam falando, subiu um bolo na minha garganta e acabei chorando a maior parte da reunião. Na hora do cafezinho, sentia tapinhas nas costas, abraços discretos e apertos de mão. Era uma força, uma energia positiva fluindo daquelas pessoas para mim. Quando o coordenador perguntou se alguém queria ingressar, meio relutante eu me levantei, mas chorava tanto que não conseguia falar. Maria José se levantou, foi até mim e me abraçou, e se ofereceu para ser minha madrinha ( no A.A., cada novo membro é “apadrinhado”, é uma espécie de guia, de mentor, para dar força nas crises). Recebi minha fichinha amarela e consegui prometer a mim mesma que tentaria não beber, apenas pelas próximas 24 horas. No outro dia, era outra história. Saí de lá infinitamente mais leve. Tinha conseguido dar algum passo em direção a uma melhora.”
Postado Por:
Laurelin Corsets às 4/26/2005 11:18:00 AM