
Esse Calvin é em homenagem a uma pessoa muito querida que tá fazendo aniversário hoje e que gosta muito dos quadrinhos do Calvin – inclusive tendo me dado um livrinho do Calvin em algum dos meus aniversários. Essa pessoa é o Sérgio Milagres, meu ex-ortodontista, uma figuraça que eu conheço há 13 anos e nunca esquece de mim no meu aniversário, nem eu do dele. Já atendeu o telefone me xingando, porque no cartão de Natal que eu mandei pra ele não mandei telefone nem nada, e ele tentou falar comigo que nem um doido no meu aniversário e ninguém tinha meu telefone novo, e o da casa da minha mãe tinha mudado... gosto pra caramba daquele cara. Um profissional fabuloso e um ser humano melhor ainda.
Bom, pra não fugir à regra, tou com preguiça e com sono, apesar de ter dormido 23:20 ontem. Culpa da Lolita. Ah, acho que esqueci de comentar que na quinta, quando recebi, separei 10,00 do meu contado dinheirinho pra comprar livros na feirinha que está tendo aqui na Cinelândia. Comprei o volume 1 de Tai Pan (eu tinha ganho o 2 mas nunca li por falta do 1), uma edição aparentemente ZERINHO de Lolita, do Nabokov, e quatro compilações de livros de Seleções, inclusive uma contendo “As Sandálias do Pescador” do Morris West e “A flor Oculta”, da Pearl Buck. Seis livros pela módica quantia de 10,00.
Contando minhas peripécias do fim de semana.
Sexta saí do trabalho, o Du veio me buscar, fomos na casa do técnico do PC dele, pra trocar fonte e ventuinha, daí fomos no Extra Maracanã. Eu ia comprar um ventilador de teto pra trocar o do meu quarto, que não funciona, e filtro de água, e mais algumas coisas que tou precisando em casa. Pois bem, coloquei tudo no carrinho, cheguei no caixa e não pude levar nada, porque a PORRA DA LOJA TEM LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E VC SÓ PODE COMPRAR COMIDA NO CARTÃO ALIMENTAÇÃO!!! Caralho, aquilo é igual cartão de débito, passou o cartão debitou na hora e credita na conta do vendedor!!! Se eu quiser comprar alfinete no supermercado, desde que venda, e que eu esteja pagando, o que importa a forma com a qual eu pague? Se a empresa que me dá o cartão não se importa com o que eu compro ou deixo de comprar, que diferença faz???
O que importa é que fiquei puta da cara e isso desencadeou uma crise emocional que já ia se ameaçando há alguns dias, e que não tou afim de comentar por agora. Sei que aquelas idéias de procurar um psicólogo voltaram. Descobri que tem alguma coisa muito mal resolvida dentro de mim e que ainda tá me afetando.
Na sexta à noite fomos no Heavy Duty, e eu revi a Mentha, tava com saudade dela. E ela contou umas coisas bizarras da Valinor. Aquilo dali a cada dia fede mais. Cruzes.
Sábado de tarde fiquei morgando, e de noitinha fui a dois aniversários. Um o da Anigel, em que tive que exercitar toda a minha (pouquíssima, pra quem me conhece) tolerância com seres babacas, devido a algumas pessoas lá presentes. Ainda bem que tinha um monte de gatos pra eu me distrair. Depois fui pra Parmê de Vila Isabel, no aniversário da Luísa. Pegamos uma puta chuva entre o carro e a pizzaria, chegamos encharcados lá. Acabei alugando o ouvido do Lucas e desabafando por cerca de uma hora. Cansar só o ouvido do Eduardo e os olhos de quem lê esse blog não dá né?
Ontem não fiz P.N. Acordei por volta de onze, fiquei até uma fazendo hora na casa do Du, fui pra casa, no caminho fiz umas compras, cheguei, lavei louça, cuidei da Lúlis e fiquei lendo um pouco, depois fui pra casa do Du de novo, saímos pra dar uma voltinha na praia e na volta ficamos assistindo um filme divertidíssimo do Eastwood, “Cowboys do Espaço”. Muito legal. Quinta feira vai passar “À Espera de um Milagre”, quero assistir, pra ver se o filme é bom como o livro.
Ah, essa noite tive um sonho BIZARRO, devido a algumas divagações sobre uso de aliança de casamento que tive antes de dormir. Sonhei que:
1 – ainda morava na mesma casa que minha mãe e minha tia, mas na mesma cidade do Eduardo. Pela lógica do sonho, era Pg, mas ao mesmo tempo não era, sei lá.
2 – a minha tia era amiga da dona Izailda, mãe daquele encosto de quem fui noiva chamado Ricardo. E aquela bruxa sabia de toda a minha vida, inclusive que eu estava namorando, e aliás, muito bem acompanhada.
3 – aquele filho da puta do Ricardo me manda, através da mãe, um envelope fechado. Quando abro o envelope, tem uma caixinha com uma aliança, já com o nome dele gravado, e uma proposta pra gente voltar.
4 – eu simplesmente amassei a aliança toda, coloquei de volta na caixinha, escrevi no bilhete “VAI SE FUDER” e mandei de volta.
Estou orgulhosa de mim mesma.
Vamos à segunda parte do conto???
APENAS MAIS 24 HORAS - Parte II
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A constatação do meu problema por parte da minha família foi na festa de quinze anos de Fernanda. Deus, como ela estava linda... como ela tinha esperado por aquela festa... todos os seus amigos, o primeiro namoradinho... e a desnaturada da mãe estraga tudo. Eu tinha corrido de um lado para o outro durante três meses com aluguel de vestido, ornamentação de salão, ensaios de valsa e todos os detalhes da festa, então, na minha cabeça, nada mais justo do que eu relaxar durante o evento, pois minha parte tinha sido feita. Nessa época, minha idéia de relaxar era ficar o tempo todo com um copo de alguma bebida na mão. Sei que fui bebendo, bebendo, bebendo... me lembro de ter visto minha filha dançar a valsa com o pai e o namorado, depois cantarem parabéns, cortarem o bolo... pouco depois disso fui dar um abraço em Fernanda, me desequilibrei – já estava andando completamente trôpega pelo salão, a ponto das pessoas notarem e apontarem, como me disseram depois – e derrubei minha filha, a mesa dos enfeites e meu marido. Não me lembro de mais nada, a não ser de acordar deitada no sofá da sala de casa, com Alberto debruçado sobre mim e Fernanda chorando, com o penteado desfeito e o vestido amassado. Ela ficou sem falar comigo durante quase dois meses. Alberto me xingou muito, dizendo que eu não tinha senso de ridículo, que tinha estragado a festa da menina, além de fazê-lo passar vergonha na frente dos amigos.
Me desculpei com todos e jurei que isso não ia mais acontecer. Realmente, não dei mais nenhum fiasco em festas. Pois agora não acompanhava mais ninguém a festas, ficava em casa sozinha. Comecei a ficar com medo de mim mesma, mas o vício era mais forte do que eu.
Nessa altura, eu já bebia todos os dias. Não tomava mais as bebidas do barzinho escondida, comprava minhas próprias garrafas e as colocava em lugares estratégicos. Tinha uma no guarda roupa, outra no armário da cozinha, atrás das latarias... um dos meus vidros de loção para o corpo que ficava no banheiro estava cheio de vodka... eu não conseguia ficar sequer metade do dia sem beber.
Meu fundo de poço aconteceu três anos depois disso. Alberto estava novamente viajando e as crianças – que já nem eram mais crianças, Fernanda já tinha dezoito, era caloura na faculdade, e Marcelo era um rapaz de quinze anos, mais alto que eu e já com um bigodinho incipiente – tinham ido ao aniversário de um amigo. E eu, para não perder o costume, fiquei em casa bebendo. Durante a madrugada, Fernanda me liga, pedindo para ir buscá-los na festa. Me levantei, vesti um casaco por cima da camisola, tomei mais uma dose de vodka para enfrentar o frio que estava lá fora – mesmo tendo dormido um pouco, eu ainda estava bêbada – e peguei o carro. Busquei meus filhos e na volta para casa foi que aconteceu. Eu não sei se tive um apagamento, desmaio, microssono ou o quê exatamente, sei que em um momento eu estava dirigindo, e no outro estava com a frente do carro enfiada em um poste, o Marcelo gritando e a Fernanda desacordada, com o rosto sangrando. Entrei em desespero nessa hora, e se não fosse o fato de eu ter batido perto de um bar, onde alguma boa alma chamou a ambulância, não sei o que teria feito. Eu só conseguia pensar que quase tinha matado meus filhos, e a sensação e o pensamento perduraram até eu ter a certeza que os dois estavam realmente bem. Fernanda só havia batido o rosto no painel do carro e cortado o supercílio, por isso sangrava tanto. O duro foi ouvir primeiro o médico me recriminando, e na segunda feira, de volta de viagem, o Alberto me chamando de louca, bêbada desvairada, perigo para os próprios filhos e coisas do gênero. E eu concordava. O único problema é que eu não sabia para que lado me virar."
(continua no próximo post)
Postado Por:
Laurelin Corsets às 4/25/2005 11:04:00 AM