}i{ Blog da Ilyria }i{

29.4.05




Lindo. Lindo.
Chorei que nem criança, como imaginava – e o Diego tinha dito – que eu faria. Não tem como não chorar, ao menos pra uma manteiga derretida que nem eu. Extremamente fiel ao filme, as falas, os cenários, tudo. Muito bom.
Tô com MUITO sono. Achei que por o filme começar 22:00 ia acabar por volta de meia noite, meia noite e meia.. ledo engano, acabou 01:47, eu já tava babaaaaaaando de sono... Hoje não sei que hora durmo, muito menos amanhã. Acho que domingo, assim que deixar minha mãe na rodoviária, vou pra casa e desabo na cama.
Falando na minha mãe, chega hoje à tarde. Minha tia me ligou, dizendo que ela tá muito deprimida, e sei lá o quê, e que tudo que se fala ela leva a mal... e dona Ivone continua sustentando que NUNCA disse “a casa é minha, não tá satisfeita, vá embora”. Eu acho que o álcool afeta os neurônios da memória de forma seletiva... Eu falei na lata com ela (cês me conhecem, eu não mudo de roupa pra falar verdades pros outros) “Falou sim. E olha que eu não sou de tomar partido de ninguém, vcs que são brancas que se entendam. Mas que vc falou, isso falou”. E esse tipo de coisa DÓI. Dói pq eu já ouvi algumas vezes. É nessas horas que eu penso no lance da tartaruga marinha...
Quanto à questão das tatuagens... bem, andei pensando, foda-se se ela falar alguma coisa, eu já sou grandinha o suficiente pra decidir o que quero fazer da minha vida né? E de mais a mais o corpo é meu. E se ela vier com aquele papo clássico de “tatuagem é coisa de marginal, de drogado, etc etc etc” eu vou dar a ela a mesma resposta que a Claudia deu pra avó dela: eu mudei meu jeito de ser desde que fiz a tatto???
E Di: minha mãe com tatuagem entraria bem naquelas charges de “Cenas Impossíveis”.
Ando ruminando umas idéias sobre uma frase que me veio na cabeça outro dia, quanto eu tava esperando o pessoal na frente do Municipal (rimou!). Quando terminar de esclarecê-las eu coloco aqui.
Vamos ao conto... tá quase acabando... acho que só vou publicar a parte final na segunda, pra deixar vcs na vontade, no fim de semana... :evil:

APENAS MAIS 24 HORAS – Parte V

“Achei que fosse enlouquecer de dor. Só quem perde um filho que sabe a dor que se sente. É como se estivessem enterrando um pedaço do meu coração junto com ele. Minha filha e meus companheiros me apoiaram muito no velório e no enterro. Entrar em casa depois foi horrível, ir ao quarto dele e pensar que ele não voltava mais. Eu não sabia o que fazer. Foi Fernanda quem me ajudou a juntar as roupas dele e doar para uma instituição, levar os livros para uma biblioteca, mudar a conformação dos móveis... ela sabia que se não me ajudasse, eu não teria força para fazer nada. Eu só não permiti que ela mexesse na parede do quarto onde eu havia permitido que ele escrevesse e pintasse. Era o cantinho dele. Quando Fernanda ia para a faculdade, eu me sentava e ficava horas olhando para aquela parede. Parecia que a dor não pararia nunca. Eu não entendia. Por que meu filho e não eu? Por que justo com o meu filho? Confesso que quase sucumbi á tentação da bebida naquela fase, mas comecei a frequentar reuniões todos os dias da semana e passou.
Isso foi em abril. Em agosto, outra bomba. Fernanda tinha conseguido uma bolsa de estudos para uma faculdade na Austrália, e passaria um ano lá com o namorado. Partia no mês seguinte. Parecia preocupada comigo, a toda hora me perguntava se eu ia ficar bem, se eu ia aguentar a barra. Eu dizia que sim, me fazia de forte. Não podia privar minha filha de uma oportunidade dessas.
No dia em que a deixei no aeroporto, foi-se mais um pedaço do meu coração. Pensei que se isso continuasse, não sobraria nada.
Agora éramos só Alberto e eu. E se eu pensei que isso ajudaria em alguma coisa nosso relacionamento, muito me enganei. No primeiro dia eu descobri que ele só era ligeiramente polido comigo pra manter as aparências. Assim que ficamos só os dois toda a polidez, educação e gentileza dele foram para o espaço. Discutimos e ele foi dormir no antigo quarto de Marcelo, agora transformado em sala de TV e som. Foi quando percebi que não tinha mais salvação.
Pensei em voltar a frequentar reuniões todos os dias, mas não adiantava fugir. Mas ao mesmo tempo eu não conseguia juntar coragem para conversar francamente com Alberto. Mas assim que dezembro começou, eu cheguei à conclusão que o ano que iria começar seria completamente diferente. Seria sem meus filhos, e por mim mesma. E fiz Alberto colocar as cartas na mesa. Sim, nosso casamento tinha morrido. Sim, ele não me amava mais. Não, ele não queria tentar de novo. Sim, ele tinha outra pessoa. Sim, eu queria o divórcio. Acho que ele esperou esse tempo todo para que eu pedisse, para não sentir o peso de ter sido ele a terminar o casamento. Por que será que algumas pessoas simplesmente não conseguem assumir e tomar decisões difíceis?
Duas semanas antes do Natal ele saiu de casa, dizendo que arrumaria um lugar para morar e viria buscar as coisas. Afirmou que eu ficaria com o apartamento, ele só queria os objetos pessoais. E foi-se. Simplesmente saiu da minha vida.
Imaginem o estado em que eu fiquei na semana do Natal. Um casamento desfeito, um filho morto e uma filha do outro lado do mundo. Não fiz decoração, não fiz ceia, não fiz nada. Se Marilda ainda estivesse viva, eu teria convidado-a para minha casa, minha relação com ela era boa independentemente de Alberto. Mas ela morrera de infarto dois anos antes.
No dia 24 me ocupei limpando a casa e comprando mantimentos. À noite, fui a uma reunião, cheguei em casa, tomei um chá de camomila e consegui dormir. Era do dia seguinte que eu tinha medo.”


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/29/2005 10:33:00 AM






28.4.05


Habemus Macbeth!!
Ontem fui ver a pré estréia (segundo o Kabral, ensaio geral) da ópera Macbeth, de Verdi, no Theatro Municipal. Tou babando até agora com o ambiente do teatro. CARALHO, LÁ DENTRO É LINDO, MAIS LINDO DO QUE DO LADO DE FORA!!! Achei a ópera fabulosa também, principalmente a dança da Hécate e as partes em que o coro cantava todo junto. Isso não é surpresa, levando-se em consideração o tanto que eu gosto de canto coral. Pena que não tenho paciência pra participar.
Ontem eu tava ZEN: zen saco, zen paciência, zen tempo pra escrever... hoje já tou mais animada, ficou decidido que minha mãe vem pra cá... esse fim de semana. Chega amanhã, por volta das 14:00, e vai embora no domingo à noite. Poderemos colocar as fofocas em dia... só não quero que fiquemos deprimidas... cada uma se deprimir separada é uma coisa, as duas juntas não vai dar certo.
Eu só tou com um problema: os quilos de merda que vou ouvir por causa das tatuagens, pq vai ser impossível conviver dois dias e meio com minha mãe e ela não ver nenhuma das duas. Bom, já tou com 25 anos, tá na hora de parar de ter medo da mamãe né? (Eduardo, dispenso comentários nesse quesito).
Essa notícia me animou e tranquilizou um pouco. Não ando bem emocionalmente. Acho que é bem o que o Eduardo falou, eu sou muito forte com coisas sérias e desabo com bobagem. Talvez porque eu saiba que não é bom desabar na hora que se precisa ser forte. Sei lá, só sei que ser forte o tempo todo cansa.
E eu tou com fome e quero sair pra almoçar.
E eu tou caindo de sono, preciso dormir urgente.
E lá vai a quarta parte do conto pq tou com preguiça de escrever mais.

APENAS MAIS 24 HORAS – parte IV

“Se o chamado “Primeiro Passo de A.A.”, que é a admissão perante nós mesmos de que somos impotentes perante o álcool, é difícil, mais difícil ainda é admitir perante os outros. No domingo convoquei uma reunião em família para falar do que tinha feito. Foi duro. Admitir para meu marido e meus filhos que eu não era dona da minha própria vida, que um vício era mais forte do que eu e que eu precisaria lutar cada dia contra ele, e precisaria da ajuda de todos, talvez tenha sido uma das coisas mais difíceis que já fiz. Fernanda chorou muito e me abraçou, Marcelo só me olhava e Alberto disse que era sandice, que eu não precisava daquilo, que eu precisava era de remédio, que um bando de bêbados não ia ajudar a me curar. Ele estava errado. Primeiro, porque não somos bêbados, muito pelo contrário. Somos – ou melhor, estamos abstêmios. Segundo, porque foram realmente eles que me salvaram.
Não vou dizer que os primeiros dias, as primeiras 24 horas, foram fáceis, porque não foram. O barzinho tentador estava sempre ali. Consegui jogar fora as minhas garrafas escondidas, mas naquelas eu não mexia. Mesmo porque Alberto disse que não ia mover uma palha, aquilo era um conforto para ele e os amigos, se eu tinha decidido parar de beber teria que ser forte, independente das circunstâncias. E não é que levei aquilo ao pé da letra? Á minha determinação de me manter sóbria pelas próximas 24 horas, um mantra que recitava toda manhã, juntei a determinação de não deixar a bebida dentro da minha casa me afetar. Foi dose. Muitas vezes eu chegava da reunião e via Alberto com algum amigo e os copos de whisky na mesinha de centro. Sentia o gosto da bebida em minha boca, era horrivelmente tentador. Então eu ia para o quarto e telefonava para alguém do grupo. Creio que tomei o tempo de todos os companheiros que conhecia, nesse início, mas foram eles que me ajudaram a não deixar a peteca cair.
Com o tempo passando, as coisas melhoraram. Minha relação com meus filhos mudou bastante, agora eles tinham uma mãe que podia se inteirar da vida deles, não andava o dia todo pelo apartamento bêbada ou dopada. Foi aí que me dei conta do quanto da vida deles tinha perdido com minha bebedeira. Chorei muito ao falar na cabeceira de mesa no grupo, certa noite, quando contei isso.
Na minha primeira vitória, minha troca de ficha de 3 meses, Fernanda foi comigo. Maria José pediu que ela me entregasse a fichinha azul. Nós três chorávamos como crianças, foi muito emocionante. Três meses, sabem o que é isso? Três meses sem beber, para quem não conseguia passar uma hora?
E o tempo foi passando e fiz três anos, finalmente. Outra vitória. Já estava mais por dentro da filosofia e do funcionamento de A.A. e comecei a fazer trabalho voluntário de plantão nas centrais, abordagens, venda de literatura... queria ajudar quem tanto tinha me ajudado. Alberto, apesar de ver meu sucesso, continuava descrente e não me dava força. Nosso casamento já tinha morrido, só faltava cair de vez. Mas eu, com minha fonte de esperança renovada, tentava salvá-lo. Tentava refazer o que tínhamos tido antes. É engraçado, por que será que o ser humano teima em querer que as coisas sejam como eram antes, e não aceita que elas possam ser simplesmente melhores?
Só que não foram tão melhores para mim nessa época. No geral, minha família estava bem. Fernanda, com 21 anos, fazia faculdade, curso de línguas e namorava um menino muito bom e ajuizado, e Marcelo, com 18, tinha passado no vestibular e começava o primeiro ano, e ia a todas as festas de turma, calouradas, formaturas, encontros... estava me saindo um festeiro de marca maior. Alberto tinha diminuído o ritmo de trabalho e ficava mais em casa, o que me permitia tentar renovar as coisas entre a gente - sem muito sucesso.
Foi quando as coisas começaram a desmoronar. Uma madrugada, Marcelo tinha saído para uma festa na casa de amigos. No meio da madrugada o telefone toca. Imaginei que fosse ele pedindo para eu ou o pai buscarmos, mas ele não tinha dito que viria de carona? Alberto atendeu e rapidamente sentou-se na cama. Ouviu o que a pessoa do outro lado da linha dizia e olhou para mim. Eu sabia que havia algo errado.
O amigo de Marcelo tinha batido e capotado o carro. Dos quatro integrantes, três saíram com arranhões leves. Apenas com um o caso foi mais grave. Com Marcelo. Meu
filho morreu nesse acidente.”


(Continua no próximo post)


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/28/2005 12:34:00 PM






27.4.05


Under Pressure
(Queen)

Pressure
Pushing down on me
Pressing down on you
No man ask for
Under pressure
That burns a nuilding down
Splits a family in two
Puts people on streets
That´s OK
It´s the terror of knowing whta this world is about
Watching some good friends screaming 'let me out'
Pray tomorrow ,gets me higher
Pressure on people
People on streets
OK
deeping around
kick my brains around the floor
these are the days it never rains but in pour
people on streets
people on streets
It´s the terror of knowing whta this worl is about
watching some good friends screaming'let me out'
Pray tomorrow,makes me higher ,higher,higher
Love,love,love,love
insanity laughs under pressure we´re cracking
Why can´t we give ourselves one more chance?
why can´t you give love that one more chance?
Qhy can´t we give love,give love,give love,give love,give love....
Cause love such an old fashioned word and love dares you to care for the people on the edge of the night and love dares you to change our way of caring about ourselves
this is our last dance
this is our last dance
This is ourselves
Under pressure!

Sem saco pra escrever hoje.
O conto eu continuo amanhã.


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/27/2005 04:23:00 PM






26.4.05




Esse post de hoje é em homenagem a um bebezinho de olhos azuis chamada Laura (não, não é a da foto) que nasceu sábado, dia 23, às 12:50. Ela é filha do Aurélio, um dos meus melhores amigos, a minha consciência nº 2, uma pessoa de quem gosto MUITO. Tive a notícia ontem e liguei pra ele pra dar os parabéns, se formou uma poça de baba no meu telefone, de tanto que ele babava falando da filha. Ao que parece está muito feliz e orgulhoso, e eu desejo toda a felicidade do mundo pra ele, pra Adriane, esposa dele, e pra Laurinha. Parabéns, Tio Lelo!!!

A propósito, caso eu tenha dado a impressão de que só tinha gente babaca na casa da Anigel, isso não é verdade. Tinha muita gente legal, mas tinha dois ou três babacas com quem tenho que usar minha pouca tolerância.
Voltando às vacas frias, tou com sono. E olha que dormi era por volta de onze, ontem. Dormi em cima do livro, com janela escancarada e abajur ligado. Acordei era uma e pouca pra desligar tudo, e às cinco pra me cobrir com o lençol, porque – pasmem – estava sentindo FRIO. Sabem o que é isso? Tou sofrendo com calor desde que cheguei aqui, e a noite estava suficientemente fresca pra que eu, dormindo sem lençol, sentisse um friozinho básico!!! Hoje hora que saí pra trabalhar o relógio/termômetro do metrô tava marcando 19º... ah, paraíso!!! (sim, ando dando razão pro Eduardo quanto ao calor daqui...)
Ontem o dia foi parado mas tenso pra caralho. Estamos com problema de senha em um sistema, adiamos a assinatura de um contrato habitacional de quinta pra hoje, e agora são 10:00, o contrato tá marcado pra daqui a uma hora e não conseguimos a bendita senha ainda. Shit.
Minha mãe me ligou agora cedo querendo conversar, percebi que ela não estava bem. Mandei mensagem pra ela perguntando o que tava rolando, ela disse que era tia Ivone a deixando pior e que ela tinha vontade de sumir, e que só eu e Tio Paulo que a segurávamos. Ela já tentou suicídio uma vez, e com o tanto de Valium que ela costuma guardar em casa, nada a impede de tentar de novo.
PUTAQUEOPARIU. Será que nunca vou ter sossego em relação a isso, que vou ter que viver sempre com medo de que alguém que eu amo faça isso? Quando consegui me tranquilizar um pouco em relação a minha mãe, pq ela tinha companhia e tudo, aparecem os pepinos da Claudia, as noites sem dormir, etc. Aí quando eu FINALMENTE consigo me desvencilhar das preocupações com a Claudia – em outras palavras, dar um belo FODA-SE – voltam todos os motivos de preocupação com a minha mãe. Não sei mais o que fazer, juro que já tentei me despreocupar, mas não dá... acho que agrava-se um pouco o fato de eu estar MUITO longe e se ela fizer alguma merda consigo mesma, eu não vou poder fazer nada daqui... é essa sensação de impotência, e ao mesmo tempo saber que estou errada em tentar carregar os males do mundo nas costas, que me deixam sem saber o que fazer.
Bom, quanto aos comentários:
Urd: não que eu tenha algum problema, eu só achei um puta desaforo ele fazer o que fez no sonho.
Du: Blé.
Lucas: valeu, guri.
Di: ao menos vc anda passando por aqui... =) E quanto à crise, calma. Qdo chegar a hora, ela aparece.
Zé: COMO ASSIM vc e seu amor usarem aliança de compromisso? Tá né?
Continuemos o conto...

APENAS MAIS 24 HORAS – parte III

“Entrei em depressão depois dessa fase. Combinava o álcool com o Valium, dormia a maior parte do dia, e quando estava acordada estava bebendo. Ou chorando. Ou os dois. Era a combinação que estava acontecendo numa tarde em que tocaram minha campainha, eu abri, eram duas senhoras elegantes mas completamente desconhecidas. Cheguei a pensar que fossem pregadoras de religião, não atentei para o detalhe que para passarem pela portaria teriam que ter dito meu nome, para subir.
O primeiro vislumbre de luz para minha vida veio dessas duas. Marilda, através de um amigo que tinha em comum com essas senhoras, havia pedido que me fosse feita uma visita – ou abordagem, como vim mais tarde a saber. Elas eram de Alcoólicos Anônimos e estavam estendendo a mão para tentar me salvar. Embora soubessem que a pessoa só pode ser ajudada se quiser.
Fiquei bastante retraída neste primeiro encontro, mas não recusei quando elas me deram seus telefones, o cartão e horários de reunião de um grupo perto da minha casa e se ofereceram para ir junto comigo, caso eu desejasse.
Ruminei a idéia durante um tempo. Numa sexta em que (mais uma vez) Alberto faria serão e os meninos estavam numa festa e voltariam de taxi – nunca mais eu tinha tido coragem de dirigir desde então – decidi ligar para uma das mulheres que me haviam visitado, Maria José, e conversar. Ela perguntou se eu tinha bebido naquele dia, eu disse que sim, mas que tinha conseguido ficar a tarde toda sem beber, mas que precisava falar com alguém senão beberia de novo. Ela me convidou para ir à minha primeira reunião de A.A. E eu fui. Morrendo de medo de fazer feio, de entrar num lugar estranho, não sabia que tipo de gente encontraria lá. A visão que eu tinha de alcoólatras eram mendigos no meio da rua, bêbados, dormindo em portas de banco. Por mais que soubesse que tinha um problema com a bebida, não conseguia me encaixar nessa visão.
Antes de sair não resisti e tomei uma dose de vodka. Se Maria José sentiu o cheiro não comentou, continuou amável comigo. Fui bem recebida, mas fiquei retraída a reunião inteira. Não me manifestei quando o coordenador perguntou se alguém queria ingressar. Maria José me levou de volta para casa e disse que quando eu quisesse ir novamente era só ligar para ela.
Nas duas semanas que se seguiram, continuei bebendo, mas um pouco menos. Me sentia mal quando bebia, imagens daquelas pessoas que tinha visto bem no grupo invadiam minha mente, mas eu pensava que não era daquele jeito, que podia parar quando quisesse. E ria de mim mesma, quando percebia que estava tentando me convencer de uma besteira. Na sexta seguinte fui sozinha à reunião. Cheguei em cima da hora de começar, para não ser notada. Me sentei no fundo e conforme as pessoas iam falando, subiu um bolo na minha garganta e acabei chorando a maior parte da reunião. Na hora do cafezinho, sentia tapinhas nas costas, abraços discretos e apertos de mão. Era uma força, uma energia positiva fluindo daquelas pessoas para mim. Quando o coordenador perguntou se alguém queria ingressar, meio relutante eu me levantei, mas chorava tanto que não conseguia falar. Maria José se levantou, foi até mim e me abraçou, e se ofereceu para ser minha madrinha ( no A.A., cada novo membro é “apadrinhado”, é uma espécie de guia, de mentor, para dar força nas crises). Recebi minha fichinha amarela e consegui prometer a mim mesma que tentaria não beber, apenas pelas próximas 24 horas. No outro dia, era outra história. Saí de lá infinitamente mais leve. Tinha conseguido dar algum passo em direção a uma melhora.”


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/26/2005 11:18:00 AM






25.4.05




Esse Calvin é em homenagem a uma pessoa muito querida que tá fazendo aniversário hoje e que gosta muito dos quadrinhos do Calvin – inclusive tendo me dado um livrinho do Calvin em algum dos meus aniversários. Essa pessoa é o Sérgio Milagres, meu ex-ortodontista, uma figuraça que eu conheço há 13 anos e nunca esquece de mim no meu aniversário, nem eu do dele. Já atendeu o telefone me xingando, porque no cartão de Natal que eu mandei pra ele não mandei telefone nem nada, e ele tentou falar comigo que nem um doido no meu aniversário e ninguém tinha meu telefone novo, e o da casa da minha mãe tinha mudado... gosto pra caramba daquele cara. Um profissional fabuloso e um ser humano melhor ainda.
Bom, pra não fugir à regra, tou com preguiça e com sono, apesar de ter dormido 23:20 ontem. Culpa da Lolita. Ah, acho que esqueci de comentar que na quinta, quando recebi, separei 10,00 do meu contado dinheirinho pra comprar livros na feirinha que está tendo aqui na Cinelândia. Comprei o volume 1 de Tai Pan (eu tinha ganho o 2 mas nunca li por falta do 1), uma edição aparentemente ZERINHO de Lolita, do Nabokov, e quatro compilações de livros de Seleções, inclusive uma contendo “As Sandálias do Pescador” do Morris West e “A flor Oculta”, da Pearl Buck. Seis livros pela módica quantia de 10,00.
Contando minhas peripécias do fim de semana.
Sexta saí do trabalho, o Du veio me buscar, fomos na casa do técnico do PC dele, pra trocar fonte e ventuinha, daí fomos no Extra Maracanã. Eu ia comprar um ventilador de teto pra trocar o do meu quarto, que não funciona, e filtro de água, e mais algumas coisas que tou precisando em casa. Pois bem, coloquei tudo no carrinho, cheguei no caixa e não pude levar nada, porque a PORRA DA LOJA TEM LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E VC SÓ PODE COMPRAR COMIDA NO CARTÃO ALIMENTAÇÃO!!! Caralho, aquilo é igual cartão de débito, passou o cartão debitou na hora e credita na conta do vendedor!!! Se eu quiser comprar alfinete no supermercado, desde que venda, e que eu esteja pagando, o que importa a forma com a qual eu pague? Se a empresa que me dá o cartão não se importa com o que eu compro ou deixo de comprar, que diferença faz???
O que importa é que fiquei puta da cara e isso desencadeou uma crise emocional que já ia se ameaçando há alguns dias, e que não tou afim de comentar por agora. Sei que aquelas idéias de procurar um psicólogo voltaram. Descobri que tem alguma coisa muito mal resolvida dentro de mim e que ainda tá me afetando.
Na sexta à noite fomos no Heavy Duty, e eu revi a Mentha, tava com saudade dela. E ela contou umas coisas bizarras da Valinor. Aquilo dali a cada dia fede mais. Cruzes.
Sábado de tarde fiquei morgando, e de noitinha fui a dois aniversários. Um o da Anigel, em que tive que exercitar toda a minha (pouquíssima, pra quem me conhece) tolerância com seres babacas, devido a algumas pessoas lá presentes. Ainda bem que tinha um monte de gatos pra eu me distrair. Depois fui pra Parmê de Vila Isabel, no aniversário da Luísa. Pegamos uma puta chuva entre o carro e a pizzaria, chegamos encharcados lá. Acabei alugando o ouvido do Lucas e desabafando por cerca de uma hora. Cansar só o ouvido do Eduardo e os olhos de quem lê esse blog não dá né?
Ontem não fiz P.N. Acordei por volta de onze, fiquei até uma fazendo hora na casa do Du, fui pra casa, no caminho fiz umas compras, cheguei, lavei louça, cuidei da Lúlis e fiquei lendo um pouco, depois fui pra casa do Du de novo, saímos pra dar uma voltinha na praia e na volta ficamos assistindo um filme divertidíssimo do Eastwood, “Cowboys do Espaço”. Muito legal. Quinta feira vai passar “À Espera de um Milagre”, quero assistir, pra ver se o filme é bom como o livro.
Ah, essa noite tive um sonho BIZARRO, devido a algumas divagações sobre uso de aliança de casamento que tive antes de dormir. Sonhei que:
1 – ainda morava na mesma casa que minha mãe e minha tia, mas na mesma cidade do Eduardo. Pela lógica do sonho, era Pg, mas ao mesmo tempo não era, sei lá.
2 – a minha tia era amiga da dona Izailda, mãe daquele encosto de quem fui noiva chamado Ricardo. E aquela bruxa sabia de toda a minha vida, inclusive que eu estava namorando, e aliás, muito bem acompanhada.
3 – aquele filho da puta do Ricardo me manda, através da mãe, um envelope fechado. Quando abro o envelope, tem uma caixinha com uma aliança, já com o nome dele gravado, e uma proposta pra gente voltar.
4 – eu simplesmente amassei a aliança toda, coloquei de volta na caixinha, escrevi no bilhete “VAI SE FUDER” e mandei de volta.
Estou orgulhosa de mim mesma.
Vamos à segunda parte do conto???

APENAS MAIS 24 HORAS - Parte II
"A constatação do meu problema por parte da minha família foi na festa de quinze anos de Fernanda. Deus, como ela estava linda... como ela tinha esperado por aquela festa... todos os seus amigos, o primeiro namoradinho... e a desnaturada da mãe estraga tudo. Eu tinha corrido de um lado para o outro durante três meses com aluguel de vestido, ornamentação de salão, ensaios de valsa e todos os detalhes da festa, então, na minha cabeça, nada mais justo do que eu relaxar durante o evento, pois minha parte tinha sido feita. Nessa época, minha idéia de relaxar era ficar o tempo todo com um copo de alguma bebida na mão. Sei que fui bebendo, bebendo, bebendo... me lembro de ter visto minha filha dançar a valsa com o pai e o namorado, depois cantarem parabéns, cortarem o bolo... pouco depois disso fui dar um abraço em Fernanda, me desequilibrei – já estava andando completamente trôpega pelo salão, a ponto das pessoas notarem e apontarem, como me disseram depois – e derrubei minha filha, a mesa dos enfeites e meu marido. Não me lembro de mais nada, a não ser de acordar deitada no sofá da sala de casa, com Alberto debruçado sobre mim e Fernanda chorando, com o penteado desfeito e o vestido amassado. Ela ficou sem falar comigo durante quase dois meses. Alberto me xingou muito, dizendo que eu não tinha senso de ridículo, que tinha estragado a festa da menina, além de fazê-lo passar vergonha na frente dos amigos.
Me desculpei com todos e jurei que isso não ia mais acontecer. Realmente, não dei mais nenhum fiasco em festas. Pois agora não acompanhava mais ninguém a festas, ficava em casa sozinha. Comecei a ficar com medo de mim mesma, mas o vício era mais forte do que eu.
Nessa altura, eu já bebia todos os dias. Não tomava mais as bebidas do barzinho escondida, comprava minhas próprias garrafas e as colocava em lugares estratégicos. Tinha uma no guarda roupa, outra no armário da cozinha, atrás das latarias... um dos meus vidros de loção para o corpo que ficava no banheiro estava cheio de vodka... eu não conseguia ficar sequer metade do dia sem beber.
Meu fundo de poço aconteceu três anos depois disso. Alberto estava novamente viajando e as crianças – que já nem eram mais crianças, Fernanda já tinha dezoito, era caloura na faculdade, e Marcelo era um rapaz de quinze anos, mais alto que eu e já com um bigodinho incipiente – tinham ido ao aniversário de um amigo. E eu, para não perder o costume, fiquei em casa bebendo. Durante a madrugada, Fernanda me liga, pedindo para ir buscá-los na festa. Me levantei, vesti um casaco por cima da camisola, tomei mais uma dose de vodka para enfrentar o frio que estava lá fora – mesmo tendo dormido um pouco, eu ainda estava bêbada – e peguei o carro. Busquei meus filhos e na volta para casa foi que aconteceu. Eu não sei se tive um apagamento, desmaio, microssono ou o quê exatamente, sei que em um momento eu estava dirigindo, e no outro estava com a frente do carro enfiada em um poste, o Marcelo gritando e a Fernanda desacordada, com o rosto sangrando. Entrei em desespero nessa hora, e se não fosse o fato de eu ter batido perto de um bar, onde alguma boa alma chamou a ambulância, não sei o que teria feito. Eu só conseguia pensar que quase tinha matado meus filhos, e a sensação e o pensamento perduraram até eu ter a certeza que os dois estavam realmente bem. Fernanda só havia batido o rosto no painel do carro e cortado o supercílio, por isso sangrava tanto. O duro foi ouvir primeiro o médico me recriminando, e na segunda feira, de volta de viagem, o Alberto me chamando de louca, bêbada desvairada, perigo para os próprios filhos e coisas do gênero. E eu concordava. O único problema é que eu não sabia para que lado me virar.
"

(continua no próximo post)


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/25/2005 11:04:00 AM






22.4.05


Tô com sono (novidade...). Bem feito, isso que dá chegar em casa 01 da manhã e ainda ficar lendo quase meia hora, e ter que acordar às oito.
Explico-me. Ontem fomos pra casa da Nissirë ver a VE do RDR (de novo, dessa vez com som. Mas legenda em inglês) e o filme acabou tarde pra burro, ainda ficamos conversando e tal, aí acabou que cheguei em casa uma hora. E lerda do jeito que sou, ainda acabei lendo uma meia horinha, quando fui assustar já era quase duas horas. E pobre, vocês sabem, rala cedo. Agora que não preciso mais emendar feriados, fico nessas de trabalhar direto... (reclama não, Vanessa...)
No fim do filme ontem, ouvindo a música da Annie Lenox que toca nos créditos, me lembrei da avalanche de sensações que me invadiu – acho que invadiu todos nós que acompanhamos a trilogia – de “putz, até que enfim acabou, não vamos ter que esperar mais um ano pra ver o final” e ao mesmo tempo “acabou, que merda, pelo quê nós vamos esperar agora???” É engraçado isso... mas valeu a pena ver de novo. A companhia também tava ótima, embora durante o lanche tenham sido discutidos uns assuntos meio cabeludos, e não sei exatamente que posição tomar. Talvez, como mineira e boa conterrânea do Tancredo, deva fazer como ele fez, ficar em cima do muro o tempo todo. Não consigo imaginar alguém mentindo deliberadamente num assunto sério como o que foi discutido, mas ao mesmo tempo os argumentos de quem afirma ser mentira são até fortes... sei lá, por mais que eu fique falando que perdi a fé nas pessoas, tenho uma leve tendência em ainda acreditar nas que nunca me decepcionaram... é complicado lidar com gente, viu...
Ontem li, durante a tarde, “A casa dos budas ditosos”, do João Ubaldo Ribeiro. Antes que me perguntem, não, não tenho leitura dinâmica. Acontece que leio MUITO rápido (assim como digito) e o livro além de fino, tem letras grandes. Achei interessante, mas não “aquilo tudo” que a crítica fala. Pra quem gosta de escracho e indecência, é ótimo. Acho que a Claudia gostaria, pois tem um pouco a ver com o Erotica. Só que o Erotica é mais elegante, por causa das imagens, dos trechos mais românticos e menos sexuais da literatura, essas coisas.
Ah, vi “O Clã das Adagas Voadoras” na quarta feira mesmo. Maravilhoso!!! Em termos de história, dá de cem a zero no Hero, mas em termos de visual, é páreo duro. Ainda continuo me inclinando pra achar Hero visualmente melhor, mas em termos gerais, Adagas é melhor sim. A cena do jogo do Eco é fabulosa, acho que uma das melhores do filme. E o Cap. Leo é um filho da puta de marca maior.
É simplesmente TÃO BOM morar num lugar que tem cinema a menos de duas horas de distância da minha casa!!!!
Quanto ao conto, vou publicando devagarinho, mais ou menos uns três ou quatro parágrafos por dia. Se alguém estiver sem saco de ler aos pedaços e quiser lê-lo inteiro, me avise que eu penso no caso de mandar por e-mail.
Ah, tou com idéias sobre a decoração lá de casa. Mudanças radicais. Vou desenvolvê-las e depois comento aqui.
Ah, aceito comentários e críticas (construtivas por favor) sobre o conto. Depois explico pra vocês a relação que a história tem com minha vida. Boa leitura!!!

Apenas mais 24 horas

“Quando acordei, naquela manhã de Natal, só queria dormir de novo e acordar em janeiro. A noite do dia 24 fora até passável, mas eu estava com medo do dia 25. Seria meu primeiro Natal depois da minha família ter se desmantelado.
Bom, primeiro deixem-me apresentar. Meu nome é Helena, tenho 47 anos, e sou uma alcoólica em fase de recuperação. Eu não bebi nas últimas 24 horas, e em mais algumas horas que, naquele Natal, totalizavam três anos, oito meses e vinte e sete dias. Hoje, no momento em que escrevo este desabafo, tenho mais algumas 24 horas. É o período que nós, em recuperação, nos propomos a viver de cada vez.
Eu comecei a ter problemas com o alcoolismo algum tempo depois de casada. Casei-me com Alberto aos 23 anos, e os filhos não demoraram a vir. Fernanda nasceu quando eu tinha 25, e Marcelo três anos depois. Nessa época eu e Alberto já tomávamos porrezinhos quando as crianças iam dormir na casa da minha sogra, mas o problema sério veio só depois.
Aos 30, enfrentei minha primeira crise séria. Eu e Alberto estávamos na tal “crise dos 7 anos” e a cada briga que tínhamos eu me refugiava na Vodka ou no Martini. Preferia bebidas transparentes, embora pudesse escolher entre umas 30 variedades que Alberto mantinha no barzinho de nosso apartamento, para as visitas dos amigos. Nas transparentes, eu sempre podia completar com água para que ele não percebesse a velocidade em que o nível abaixava.
Pouco depois disso, voltamos às boas e a bebedeira diminuiu. Foi na mesma época em que ele mudou de emprego, e nos mudamos de cidade. No começo foi uma maravilha, a novidade, fomos para um apartamento maior, móveis novos, um quarto para cada filho, frequentávamos festas elegantes, novos amigos... só que tudo foi entrando na rotina. Alberto queria “mostrar serviço” e ficava trabalhando até altas horas. Eu ficava sozinha em casa com as crianças. Lia muito, mas não me animava a sair. Cheguei a cogitar voltar ao trabalho (tinha largado o emprego e a faculdade de geografia, no 1º ano, para me casar) mas Alberto deu o contra. As crianças precisavam do carinho da mãe, e não de uma empregada. Às vezes eu penso que foi não ter decidido por mim mesma que me conduziu ao fundo do poço. Eu sempre aceitei as decisões de Alberto calada, a ponto de praticamente me anular para darmos certo. E por fim, percebi que não tinha mais objetivo, mais motivo, mais razão para continuar. Ser dona de casa, mãe em tempo integral e esposa de um marido que chega tarde do trabalho e ainda faz hora extra em casa, varando a madrugada, não era bem o que eu tinha sonhado para minha vida, mas não via nenhuma escapatória.
O alcoolismo continuou progredindo, mas a primeira vez que vi o quanto estava sério foi quando Fernanda tinha treze anos e Marcelo dez. Tive uma briga feia com Alberto, na véspera de uma viagem a trabalho dele. As crianças estavam na casa da minha sogra, passando o fim de semana. Comecei a beber no domingo de manhã, assim que Alberto saiu. Bebi uma garrafa de vodka, quatro ou cinco cervejas e várias taças de vinho, no decorrer do dia. Fui acordar na segunda, quase na hora do almoço, com a vozinha estridente de Fernanda me chamando. Abri a porta e vi os rostinhos assustados de meus filhos e a expressão preocupada de minha sogra, Marilda. Me senti horrível por eles terem me visto daquele jeito, e por ter faltado a meus filhos, pois era para eu ter ido buscá-los para irem à escola, na segunda de manhã.
As crianças me abraçaram e eu só sabia chorar. Marilda perguntou o que houvera, mas estava claro, devido à trilha de copos e latinhas pela sala, e o cheiro de bebida que eu exalava. Ela preferiu ficar calada, talvez se tivesse me chamado à razão ali naquele momento eu não tivesse prosseguido de maneira tão feia.”

(Continua no próximo post)


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/22/2005 11:01:00 AM






20.4.05


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Habemus Papam.
Deus que me perdôe (se é que ele fica bravo quando somos sinceros, pelo contrário, acho que ele fica é satisfeito) mas não fui nem um pouquinho com a cara do alemão. Talvez porque ele não tenha carisma nenhum, e o Wojtyla tenha tido muito. Talvez porque ela já esteja decrépito e a Igreja precise de alguém cada vez mais dinâmico. Talvez porque ele tenha sido do setor de Dogma e a coisa que eu menos concorde na Igreja sejam os dogmas, a falta de diálogo, a falta de questionamento. Talvez pela capa de um jornal que eu tenha visto hoje: ao redor de uma foto dele, as legendas: “União gay: NÃO! Clonagem: NÃO! Camisinha: NÃO! Aborto: NÃO!” Indo por partes, discordo dele na maioria dos assuntos.
Clonagem: com os fins idiotas que muita gente tem imaginado, tipo clonar um bichinho de estimação, eu não concordo. Mas se a clonagem for, por exemplo, pra gerar células tronco, ou células medulares, e salvar a vida de pessoas, concordo sim. Não concordo em clonar pessoas e deixar que o embrião cresça e se desenvolva, porque já foi provado pela Dolly e cia que as células, sendo velhas, provocam problemas de velho em clones jovens. Aí entra na questão de células tronco e de onde se localiza a vida, até que momento da gestação ainda não é vida, etc etc etc. Ou seja, sabemos que durante o pontificado do Bento XVI a Igreja não arredará pé um centímetro sobre bioética.
Aborto: porra, a mãe tá gerando um monstro, disforme, que não terá mais de uma ou duas horas de vida depois de nascido. OU a mãe engravidou de um estupro. OU ela engravidou mesmo se cuidando e sabendo que se ela levar a gestação a termo provavelmente vai morrer, e se não matar o filho, vai deixá-lo órfão. Porra, é falta de humanidade, falta de caridade cristã, permitir que uma gravidez nesses termos continue. Não sou a favor de abortar a torto e a direito, como se faz em alguns lugares dos EUA, em que não se cuidou, engravidou, simples e facilmente vai-se a uma clínica e faz-se um aborto. Não. Relaxou, assuma as conseqüências. Mas nos casos em que até a lei, que é chata e burocrática, apóia e autoriza, eu sou a favor. E a dona igreja mais uma vez ficará firme na negativa. Mesmo que seja provado que não será assassinato, como por exemplo no caso daquele bebê há uns anos na Itália que não tinha cérebro, portanto não teria nem as funções vegetativas mais básicas. Blé.
Camisinha: nem vou me estender. O mundo não tá dum jeito que se possa ter filho um atrás do outro, muito menos se descuidar da saúde, com tanta DST e a Aids aparecendo por aí. Pra mim essa é uma das maiores babaquices da religião. O foda é que isso dá nó na cabeça de qualquer católico mais firme. Porque ele sabe que precisa usar, mas a igreja não deixa. E aí, o que fazer? Sexo somente em épocas de procriação, ou seja, com a economia como anda, duas, três vezes no máximo em todo o casamento? Ah, vai se fuder!
União Gay: assunto mais delicado. Muuito mais delicado. Apesar de toda a minha falta de preconceito (vide o tanto de amigos e conhecidos gays que eu tenho), eu ainda acho esse assunto meio delicado pra ser tratado pela igreja. Civilmente, mesmo que não se permita o casamento, já houve um certo avanço no tocante a testamento, a seguros, a FGTS em caso de morte, essas coisas todas. O companheiro do mesmo sexo que comprove união estável tem todos os direitos que alguém do sexo oposto teria, no caso da mesma comprovação. Mas daí a fazer casamento na igreja, o buraco já é mais embaixo. Eu até entendo um pouco a posição da igreja nesse ponto. Qual a primeira recomendação de Deus pra Adão e Eva (não que eu acredite nisso): Crescei e multiplicai-vos. Pessoas do mesmo sexo têm condição de gerar descendentes férteis? Nem de gerar descendentes, que dirá férteis. Não questiono a pessoa buscar ser feliz do jeito que melhor lhe apeteça, não questiono a pessoa ter um gosto, uma inclinação afetiva e sexual diferente da maioria das pessoas, cada um que viva do jeito que achar melhor. Mas querer convencer alguém de que o homossexualismo é algo biologica e naturalmente normal, NÃO É. Se fosse, casais de homens e casais de mulheres seriam vistos na natureza, entre os bichos, e seriam capazes de gerar prole. E ponto.
Só sei que essa divagação TODA aí em cima foi pra fechar que acho que não teremos um pontificado lá muito aberto ao diálogo. Ai ai...
Bom, hoje é o dia mais agridoce do mês pros empregados da CEF. No dia 20 recebemos nosso salário. E já na tarde do dia 20 ele começa a se escoar no pagamento de contas. Buá.
Quanto ao conto, vou esperar mais pessoas se manifestarem. Não que eu não considere a opinião do Lucas, considero e muito, mas é que não é só ele que lê aqui, e ele já leu o conto. (aliás, eu reli essa semana, sem falsa modéstia, aquele negócio ficou bom pra caramba!!!!)
Acho que vou assistir House of Flying Daggers hoje. Tenho que ver como as finanças vão ficar. E de mais a mais, sempre existe o cheque especial! ;-)


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/20/2005 11:21:00 AM






19.4.05


E finalmente hoje eu cumpri a promessa que venho fazendo há umas duas ou três semanas: dei banho na Lúlis. Muitos miados, duas mordidas e quatro arranhões depois, ela tá devidamente banhada e despulgada. Estava com cinco pulgas, que morreram todas no banho. Agora é dar mais uma aspiradinha básica lá em casa, passar um paninho com pinho sol e voilá!!!! Podemos dar vermífugo pra bichinha que as pulgas não transmitirão novos vermes.
Ontem o Eduardo teve uma boa notícia no trabalho (apesar de ter ficado trabalhando até dez e cacetada da noite, tadinho) e estou feliz por ele. Boas notícias sempre são uma coisa boa. Acho que é por isso que não tenho ligado pra minha mãe, sei que dali raramente virão boas notícias... não sei se comentei, mas ela tá deprimida e às turras com minha tia de novo. Bom, ao menos o Bruno conseguiu um emprego legal, de carteira assinada, e tá ganhando metade do que eu ganho, e isso porque ele tá fazendo 17 agora em maio. Eu com 17 mal e mal ganhava a grana do ônibus pra ir pra aula, dando aula particular, vendendo chocolate, perfume, essas bagaçadas todas... Quando eu falo que não tenho saudade da minha adolescência...
É engraçado, minha infância teve muita coisa trash, principalmente dos 7 e meio, que foi quando eu comecei a notar que o casamento dos meus pais tava desgringolando, até os 11, que foi quando eu fui morar com minha mãe. Mas nem por isso eu acho minha infãncia pior que a adolescência. Teve MUITA coisa legal na minha infância, mesmo com todas as coisas ruins que rolaram, eu consigo me lembrar com saudades dessa época, mas da adolescência não. Hoje, com a perspectiva de um certo afastamento temporal, eu tenho pena daquela criatura magrela, não mais dentuça (à custa de três anos de aparelho), solitária pra caramba, feita de idiota por todo mundo, e que precisava desesperadamente de afeição e atenção. Credo. Sou muito mais eu hoje.
Acho que se pudesse encontrar comigo mesma há dez anos atrás a única coisa que eu diria é “calma que vai passar. Você não vai ser a vida toda assim”. Acho que seria mais fácil de agüentar se eu pudesse fazer isso. Aliás, andei pensando, qualquer hora vou escrever o que eu diria pra Vanessa de 10 e de 15 anos atrás...
Falando em escrever, tou pensando em colocar aqui em doses ligeiramente homeopáticas o conto que escrevi no Natal do ano passado. Não sei se vai ter público leitor, o que vocês que lêem o meu blog acham? Querem ler? São 6 páginas de Word, eu colocaria meia página por dia... aguardo as opiniões de vocês.
Ah, um texto MUITO legal que recebi na semana da comissão de ética da CEF:

Pequeno Conto Chinês
Conta-se que, por volta do ano 250 A.C, na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia se integrar ao grupo das pretendentes. À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
Seis meses haviam passado e, apesar de todo o seu cuidado, nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada, estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Finalmente, chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a filha da serva do palácio como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
Autor desconhecido


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/19/2005 11:41:00 AM






18.4.05


Eita... segundona e eu caindo de sono... cruzes.
Bom, comentemos de sexta e do fim de semana, depois uns pensamentos malucos que andei tendo, depois comento os comentários.
Sexta aqui no trabalho tava um inferno. O clima tava pesadíssimo, por causa de uma cagadinha que um colega fez, que impossibilitou a abertura de uma conta. O único problema é que nessa conta seriam investidos 500.000,00 e aí a coisa ficou complicada, o gerente tava soltando fogo pelas ventas, xingando deus e o mundo... deu um alívio absurdo quando saí daqui pra ir ao treinamento sobre consórcio. Ufa. Ah, a coisa ainda estava pior porque a Suy caiu da escada terça e ficou de folga quinta e sexta, por ordens médicas.
Cheguei em casa, fui limpar minha residência, lavar banheiro e etcéteras, depois fui com o Du ao Siri, era aniversário da Tanta. Conversei HORAS com o Vítor, sobre muita coisa. Aquele piá finalmente parece que tá criando juízo, e eu fico muito feliz com isso.
O Du dormiu lá em casa, e sábado fiquei um tempo na casa dele. Aproveitei pra lavar minha roupa, depois fui pra casa organizar umas coisinhas. Voltei pra casa, dele, ficamos vendo anime (os OVA´s de Rurouni Kenshin) até dormir. No domingo acordamos onze e alguma coisa, e aí veio a bomba. O computador do Eduardo tinha dado tilt. Ele tentou ligar pra meio mundo, não conseguiu falar com ninguém. Pois bem, não podia ajudar em nada, fui pra casa. Me enrolei e acabei não dando banho na Lúlis coisa nenhuma. “Amanhã eu acordo mais cedo e faço isso”, pensei eu. Daí o Du conseguiu falar com o técnico e fomos lá na Tijuca levar o computador, que ficou funcionando razoavelmente, mas vai ter que trocar a fonte. Paciência né? Voltei pra casa, terminei de arrumar umas coisas, voltei de novo pra casa do Du, ficamos vendo filme até onze e tanta, daí fui pra casa e dormi. Botei o despertador pra 07:15, pra levantar cedo e dar banho na Lúlis. Humpf... dormi até oito e o banho dela ficou pra amanhã. Mas de amanhã não passa, porque preciso matar as duas resistentes pulgas que não consegui matar na unha ainda, antes de dar vermífugo de novo. Ao menos agora ela não vai conviver com os gatos da Bel, não vai ter como pegar pulga. E qualquer ovo que possa eventualmente estar lá em casa tá indo pro saco do aspirador, então....
Quanto aos pensamentos malucos, o que os gerou foi ter assistido X-Men 2 ontem na casa do Du. Lembrei da primeira vez que assisti, no cinema. Era dia 01/05/2003, foi no dia em que saí da casa da minha mãe. Fui ao cinema com Di, Deka, Clau e Odilon. Aconteceu nesse dia a cena histórica da Clau e do Di fingindo que estavam armando barraco na porta do shopping, e o pessoal do ônibus que passava virando o pescoço pra olhar. Naquele dia fomos comemorar minha “carta de alforria”. Minha vida estava dando uma guinada naquele dia, mas nada tão grande quanto as duas que daria um e depois quase dois anos após isso. Curioso né? Aconteceu TANTA coisa desde então, tantas pessoas passaram pela minha vida, amigos, amigas, gente com quem fiz novas amizades, velhas amizades que deixei de ter, amizades que se deterioraram e depois voltaram às boas, tipo o Guto... caramba...
Bom, respondendo aos comentários...
Lucas: “E, sinceramente, eu prefiro a Vanessa reclamona e boca suja: É mais autêntica e mais franca.”
Justamente. É por isso que gosto de ser eu mesma. Posso não falar na cara, mesmo porque agressão gratuita é uma coisa que não curto muito. Mas se a pessoa vier perguntar pra mim “você gosta de mim?” vou responder “não, não gosto.
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Du: “Quando você deixou de ser a Vanessa reclamona e boca suja?”
Quando meu blog virou só relatos do que eu fazia ou deixava de fazer. Eu não reclamava de nada nem divagava...
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Deza: “Por isso ainda visito o seu blog, adoro a sua sinceridade, eu não tenho a mesma coragem sua de expor na lata as coisas que me irritam, mas não curto falar pelas costas, acho que fui criada de uma maneira a não tolerar fazer isso com as pessoas, e as vezes acho-me um ser estranho, vendo os outros fazerem isso nas costas das outras, sinto-me mal por ser honesta, esquisito né?”
Eu não encaro o que eu falo aqui como “falar pelas costas”. É como coloquei pro Lucas, se vierem me perguntar eu não nego o que falei e não nego que não vou com a cara da pessoa.
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Carol: “Êeee um parágrafo só pra mim!!! Estou com o ego insuflado agora, ehehehehehehe...”
Convencida!!!!
“Quanto às pessoas que dizem: "sabem com quem está falando", vc deveria mandar ler Marilena Chauí e seus escritos sobre "Discurso competente".”
Eu ODEIO a Chauí. Mas talvez eu mandasse alguém mala lê-la, só de castigo... :evil:
“A minha gata tem dois meses e é SRD... rs....”
O que é SRD?
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Diego: “Ah sei lá.... eu posso até não gostar de algumas pessoas, mas quando isso acontece eu tento evitar contato, mas se a pessoa aparece, daí eu sou educado, cumprimento e deixo as desavenças de lado pelo menos naquele momento....”
Eu só deixo as desavenças de lado quando a pessoa faz diferença pra mim, como disse no post anterior. Quando eu realmente gosto. Pra que vou ser falsa, cumprimentando, abraçando, essas coisas, quando realmente não gosto da pessoa? No máximo sou educada pra não constranger quem tá do lado – porque é um saco vc estar perto de duas pessoas que não se falam.

Bom, acho que é isso.


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/18/2005 12:35:00 PM






15.4.05


Então...
Era pra ter escrito ontem, contando da minha noite de quarta, mas acabou não dando tempo. Meu dia foi corrido pra burro, cheio de pepininho pra resolver. Foi até bom, que aí ontem minha noite também foi divertida, aí conto as duas.
Quarta fui com o Du e o Alan, colega de trabalho dele, no Vivo Open Air, assistir Kill Bill 1 e 2. De grátis, por causa dumas cortesias que eles arranjaram no trabalho. Pra dar água na boca em muita gente, principalmente no Diego, só vou dizer que a tela tinha aproximadamente o tamanho de três telas de cinema comuns. Tá, tinha que ter algo ruim pra compensar. A cadeira era descofortável pra burro e o espaço pras pernas apertadíssimo, continuo preferindo cinema pelo conforto. Mas foi legal pq o ingresso dava direito a uma pipoca – pequena, mas dava. Gostei muito de rever o 1 e de ver o 2. O 1 é melhor em termos de visual e cenas de luta, mas o 2 explica bastante coisa. E achei besteira, nos créditos do filme, colocar um risco em cima dos nomes dos atores que interpretaram os personagens que a Kiddo tinha matado, e colocar um “?” em cima do nome da Daryl Hanna. Difíiiiiiiicil imaginar o que teria acontecido com a Elle Driver naquela situação pitoresca, no trailer, quando a Kiddo sai... tsc tsc...
Quanto a ontem, saí por obra e graça da Caixa Seguros. Eram mais ou menos quatro e pouca da tarde, eu ganho convite de cortesia para ir a uma peça lá no Teatro dos Quatro, no shopping da Gávea. Uma apresentação fechada, para clientes da Caixa Seguros ou funcionários Caixa que conseguiram os convites. Na verdade quem ganhou não fui nem eu (nunca vendo nada...) e sim o Rodrigo, que é fera pra vender, mas aí ele decidiu não ir e me deu o convite para que eu fosse com a Vera, que é a gerente do meu setor. A peça é HILÁRIA, eu recomendo, saí do teatro com a barriga doendo de tanto rir, no final eu já tava desesperadamente precisada de fazer xixi, mas não queria perder um segundo que fosse da peça. Muito engraçada. Pra quem se interessar: “Notícias Populares”, com a Cia. De Teatro Os melhores do Mundo, de quinta a domingo, no Teatro dos Quatro. Não, não tou ganhando nenhum royaltie.
Bom, consegui colocar meu gravatar. Obrigada, Urd!
Deixa eu ver quê mais...
Ah, tou relendo “As Sandálias do Pescador”, de Morris West. Depois que o Papa morreu me deu vontade ler esse livro de novo. Não por acaso, pois o livro retrata a vida e as desventuras de um papa, Kiril Lakota. O curioso é que o livro é de 1963, e retrata a eleição de um papa ucraniano, que foi perseguido ideologicamente (e mesmo torturado fisicamente) e era o primeiro papa não italiano em aproximadamente meio século. Meio profético, apesar da nacionalidade do papa não ser exatamente a mesma e do Karol Wojtyla não ter sofrido perseguição nem tortura física, não?
Hmmm... quê mais...
Ah, ontem o Du tava conversando com uma pessoa no MSN que comentou umas coisas bizarras com ele. Fico assombrada, a cada dia mais, quando vejo no que certas pessoas que há um ano atrás eu até considerava legais, se transformaram. Eu separo as pessoas em três classes. As que eu realmente gosto, as que pra mim não faz diferença nenhuma conviver ou não, e as que eu realmente não quero conviver, que me fazem mal. Meu critério pra convidar as pessoas para a comemoração do aniversário foi esse, só chamar quem eu realmente gosto. Algumas dessas pessoas que eu achava legais antes, estão entrando na terceira categoria. Principalmente conforme eu vou ficando mais velha e rabugenta, e percebo que simplesmente não preciso aceitar ou conviver com coisas / pessoas de que não gosto. E se tem uma coisa que eu realmente não gosto, são pessoas que:
a) são hipócritas – e isso eu vejo muito, te cumprimentam, te abraçam, e basta você virar as costas pra falarem mal de você. Eu não consigo ser assim. Se eu não me bato bem com a pessoa, no máximo sou educada e cumprimento, mas não sou expansiva. Fiz um esforço hercúleo, por exemplo, pra cumprimentar a Janaína, no dia que estávamos na casa da Anna Cwen. O Ernesto, por exemplo, é alguém que eu nem me dou ao trabalho de cumprimentar. Não consigo MESMO fazer isso.
b) São mesquinhas, como as pessoas que se comprazem em falar mal dos outros, em tripudiar sobre os problemas alheios, e dar uma de “gostosão”, como por exemplo ficar esnobando um novato no fórum só porque é novato, ou só porque se é moderador, ou admin. Grande coisa. A Joy foi uma admin muito foda, o Gildor idem, o Bombadil idem, e eu NUNCA os vi esnobando ninguém. Muito pelo contrário, são de uma simplicidade absurda. E aí vem um moderadorzinho de meia pataca te esnobar, “só porque eu sou moderador”? Vai se fuder. (Está de volta ao blog a velha Vanessa, inconformista, reclamona e cheia de palavrões!!!!)
c) Pessoas que se acham melhores que as outras, por qualquer motivo. E vêm falar pelas coisas que “fulano não é ninguém, quem é ele pra falar alguma coisa comigo”. Ou “você sabe com quem está falando?”. Cara, odeio isso.
E tenho dito.
E hoje é aniversário da Michelle, uma menina que conheço faz dez anos, foi minha colega de sala no segundo grau, e talvez uma das minhas três únicas amizades que tenha sobrado dessa época. As outras são o Davidson e a Célia.
E tou com saudade da Carol. Se estivesse em PG, ligaria pra ela pra gente fazer alguma coisa juntas, apesar de nunca ter feito isso. Engraçado, apesar de estarmos longe, a minha afinidade com ela vai só crescendo. É uma pena que nossa amizade não tenha começado logo no começo da faculdade...
Recebi carta do Luís Fernando hoje, fiquei muito feliz, a carta tava divertidíssima. E bem mais animada, pois na última ele ainda estava procurando emprego e agora já está trabalhando tem mais de um mês. Esse fim de semana tenho que arrumar tempo pra responder a carta dele e da Amanda – além de dar banho na Lúlis, coisa que faria hoje cedo mas o sono não deixou.
Bom, acho que é isso. No fim de semana talvez não escreva nada, sei lá... mas segundona tou firme e forte aqui.
Resolvi ressucitar esse blog de vez, tão notando né? O pulso ainda pulsa...


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/15/2005 11:02:00 AM






13.4.05


Ontem eu estava pensando num monte de abobrinhas enquanto ia pra casa. Passei por uma pedinte (daquelas de vinte, vinte e poucos anos, com um bebezinho de colo pra sensibilizar os insensíveis passantes) e observei uma coisa aparentemente maluca, mas que me fez pensar em duas coisas.
1 – já tem umas três ou quatro pedintes que eu vejo com roupas rasgadas e tal, mas esmalte (descascado) na mão e no pé. Peraí, não tem dinheiro pra comprar comida e tem pra comprar esmalte? Alguém me explica?
2 – a convivência com a miséria meio que te vacina contra a sensibilidade. Logo quando comecei a notar esse tipo de coisa, eu ficava muito triste, quando trabalhava no posto chegava em casa e chorava (dei uma boa diminuída no tanto que reclamava da vida a partir dessa época – mas continuo reclamona), não que fizesse muito pra ajudar, mas ao menos notava. Pois bem. Tou trabalhando no centro do RJ, fazem idéia do tanto de moradores de rua que eu vejo dia após dia. Saindo do metrô e passando na frente do McDonalds já vejo dois que dormem lá todo dia. Aí em porta de banco costuma ter também. Já vi na frente do Itaú, na esquina da Evaristo, e vi em outra agência da CEF. Só que cheguei num ponto que eu noto mas não me comovo mais. Pq se eu for me comover, vou pirar. E se eu for tentar fazer alguma coisa, ou eu como ou ajudo quem não tem. Das duas uma. E como sou humana, e portanto, profundamente egoísta (pessoas não egoístas são aberrações da natureza. Ninguém é bom com os outros de graça), CLARO, óbvio e evidente que vou pensar em mim primeiro.
Ás vezes eu penso que sou um monstro.
Bom, novidade acho que nenhuma, a não ser que minha gastrite ontem resolveu acordar à toda, passei mal um bom tempo à noite. Tava lendo um livro chato da Pearl Buck, consegui terminar. Li essa semana também, “Á Espera de um Milagre”, do Stephen King. Fabuloso. Acho que preciso ler mais coisa do King que não seja terror.
Ah, vou procurar atualizar o blog umas duas ou três vezes por semana, podem acompanhar, vocês que comentam! ^ ^

Copiando o questionário que achei no blog da Ágata e do Lucas, as tais das três coisas...


Três Coisas

Três coisas que me assustam:
1. Armas de fogo.
2. Filme de terror (sim, sou cagona).
3. A possibilidade de perder pessoas que amo.

Três pessoas que me fazem rir:
1. Eduardo
2. Lucas
3. Vítor

Três coisas que eu amo fazer:
1. Ficar com o Eduardo, principalmente quando a gente acorda junto numa manhã de domingo, sem nada pra fazer.
2. Ir ao cinema.
3. Ler.

Três coisas que eu odeio:
1. Gente hipócrita.
2. Acordar cedo.
3. Injustiça comigo ou com quem eu gosto.

Três coisas que eu não entendo:
1. Eu mesma.
2. A lógica dos relacionamentos humanos, se é que há alguma.
3. Física, química, matemática e qualquer outra coisa que tenha que fazer conta.

Três coisas que eu estou fazendo agora:
1. Pendurada no telefone esperando atendimento da Help Desk da Caixa.
2. Montando dossiê de empréstimo.
3. Respondendo o questionário.

Três coisas que eu quero fazer antes de morrer:
1. Conhecer a China e a Europa.
2. Ir a algum país do hemisfério Norte onde as folhas fiquem douradas e vermelhas no outono.
3. Passar algum tempo na frente da lareira, em algum lugar que caia neve, vendo a neve cair lá fora.

Três coisas que eu sei fazer:
1. Falar besteira.
2. Ouvir problema dos outros (devo ter escrito na testa “divã de analista”).
3. Morcegar no trabalho sem dar na vista.

Três maneiras de descrever minha personalidade:
1. Ansiosa
2. Impaciente
3. Palhaça

Três coisas que eu não consigo fazer:
1. Origami da rosa (já tentei trilhões de vezes)
2. Perdoar facilmente.
3. Acordar bem humorada num dia de semana frio.

Três bandas/cantores que eu acho que você deveria ouvir:
1. Legião Urbana
2. Iron Maiden
3. Helloween

Três bandas/cantores que eu acho que você NUNCA deveria ouvir:
1. Qualquer uma de pagode.
2. Qualquer um de funk.
3. Cake. (é MUITO chato)

Três coisas que eu digo freqüentemente:
1. Tá, né?
2. Tipo...
3. Perigo nenhuuuuuuuum....

Três das minhas comidas favoritas:
1. Churrasco.
2. Canjiquinha com costelinha que minha mãe prepara.
3. Sorvete e pipoca (quesito “besteiras” juntei numa alternativa só).

Três coisas que eu gostaria de aprender:
1. Escrever hai-kai.
2. Tocar guitarra.
3. Pintar ideogramas chineses e japoneses.

Três coisas que eu bebo regularmente:
1. Pepsi Twist
2. Água (finalmente aprendi)
3. Suco maguary de maracujá.

Três programas de TV que eu assistia quando era pequena:
1. Xuxa (sim, era legal pra minha mente de ameba de 7 anos de idade).
2. Clube da Criança.
3. Além da Imaginação.

Três sonhos de consumo:
1. Um apê bem legal, em meu nome, sem financiamento nem aluguel nem nada.
2. Uma viagem à Europa e ao Oriente.
3. Dinheiro suficiente pra não precisar trabalhar.

Três boas formas de passar um sábado:
1. Acordar tarde ao lado do Eduardo.
2. Batendo perna em loja ou feirinha de artesanato, mesmo que seja sem comprar nada.
3. Num churrasco.

Três coisas que eu gosto, mas não faço:
1. Cantar (não tou afim de rachar vidro).
2. Assistir documentários na TV.
3. Visitar as pessoas.

Três coisas que eu queria estar fazendo agora:
1. Dormindo, de preferência num lugar bem fresquinho, com o Du do lado.
2. Comendo algo bem gostoso, tou com fome.
3. Passeando por algum lugar bonito.


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/13/2005 11:52:00 AM






11.4.05


Pois é. 25.
Quando eu era criança, achava que nessa idade já seria veterinária, estaria casada, teria o cabelo pintado de loiro (isso eu faria com 15) e teria um filho.
Cheguei aos 25 ainda morena ( só pintei o cabelo de vermelho no sábado de manhã), sou bancária, ainda não terminei faculdade, sem previsões de ter filho e muito menos de casar. Não que eu esteja reclamando, cheguei à conclusão de que é só deixar as coisas acontecerem que elas acontecem no devido tempo. O período que começou em janeiro de 2004 vem me mostrando isso, dia após dia. Acho que a minha vida tá melhor a cada dia, semana ou mês que passa. Quando penso nas transformações que se operaram desde meu último aniversário, fico pasma. Quando penso na minha última comemoração de aniversário que foi digna de levar esse nome – bolo com a família em casa eu não conto -, aos 20, fico mais pasma ainda. Eu mudei de emprego quatro vezes, de estado três, entrei na faculdade, tranquei faculdade, fui noiva, terminei noivado (graças a todos os deuses), saí da casa da minha mãe, tive grandes amigos, perdi outros... ri, chorei, fiquei alegre, triste, ou como diria Roberto Carlos (eu sei que é brega): “se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi”. E a verdade é essa. Principalmente no último ano, o legal é que a maioria tem sido de emoções boas, de surpresas boas, de conquistas e obstáculos vencidos. E é isso, por menorzinho que seja cada evento, que faz a vida valer a pena. É o Eduardo me ligar exatamente meia noite, depois umas três vezes durante o dia, mandar email, mandar sms, tudo pra me dar parabéns várias vezes no dia. É sair pra almoçar com o Lucas na quarta e ele me fazer entrar numa loja com ele e escolher um presente. É estar lavando banheiro 07:28 da manhã e receber uma ligação da sua madrinha, que vc viu a última vez aos cinco anos de idade, mas nunca se esquece de mim nos meus aniversários. É chegar no banco e os seguranças cantarem parabéns mal eu passei pela porta giratória. É isso, essas coisinhas pequenas, que fazem a nossa felicidade.
O dia 8, do aniversário, não teve nada de mais. Acordei cedo, arrumei casa, lavei banheiro (pra não ter que fazer nada disso de tarde), e fui pro trabalho. Recebi os parabéns, aquela coisa toda. Trabalhei que nem uma condenada, pois estava no caixa. Chegou o fim do dia, fui pra casa, tomei banho e fiquei lá quietinha até o Eduardo chegar lá. Fizemos uma horinha e fomos pro Heavy Duty, um pessoal tinha combinado de se encontrar lá. Acabou sendo divertido pra caramba, vi umas pessoas que há muito não via, ri bastante, e tomei MUITA cerveja. Praticamente toda a minha cota alcoólica de abril. E sem gastar um centavo. Dei uma de aproveitadora (faço isso umas duas ou três vezes a cada período de cinco anos bissextos) e cada hora que um aparecia com uma garrafa de cerveja, estendia meu copo. Cheguei a ficar bem tontinha, mas não passei mal nem nada. Fomos pra casa, o Du dormiu lá e acordamos quase meio dia. Ele foi pra casa dele se arrumar, eu também me arrumei e fomos pra casa da vó dele, onde estava tendo almoço comemorativo (ela fez aniversário dia 01, 87 anos). Foi MUITO legal, pessoal super simpático, ele tem um tio hilário!!!
Saí de lá por volta das 6, e lá pelas 8 e meia o Du passou lá em casa, fomos buscar o bolo e depois fomos pro Manuel & Joaquim, onde foi a comemoração. O pessoal foi chegando devagarinho, das pessoas que confirmaram que iam, só o Meneltar e o TT1 que não foram. Foi animado, divertido, conversei bastante, me diverti bastante, ganhei uma dose de tequila de presente do Vitor, quando disse a ele que nunca tinha tomado. Depois coloco as fotos no flog ou hospedo em algum lugar.
Foi uma das melhores, se não a melhor, comemoração de aniversário que já tive. De longe, foi o melhor dos últimos 10 anos.
Falando em presentes, acho que desde os 15 não ganhava tanto presente de aniversário!!!! Vamos à lista:
- Quadro, do Lucas.
- Conjunto de saia e blusa, do Eduardo, D. Cláudia e Guilherme.
- Blusa, da Vera, minha gerente.
- Chocolate em forma de garrafa de champagne, da Tatá.
- Livro sobre borboletas com uma Morpho na capa (!), do André.
- Blusinha de linha azul e branca, da Amanda
- Batom da Natura, da Jéssica, colega de trabalho.

Isso tudo fora as ligações de muitas pessoas queridas, que não esqueceram de mim.
E pela primeira vez desde que cresci e posso me lembrar, consegui não chorar no dia 08/04. Isso é um progresso!!!
Bom, fico por aqui, já levei quase duas horas pra escrever esse post (tou no trampo) e tenho que ralar mais.
Vou ver se atualizo com mais frequência, tem acontecido mais coisa na minha vida – finalmente.
E quero mudar esse template. Algo mais claro. Talvez volte pro azul. Aceito sugestões.


Postado Por: Laurelin Corsets às 4/11/2005 11:14:00 AM






.:. Perfil .:.
Nome: Vanessa
Idade: 25 (fiz em 08/04)
Onde me escondo: Rio de Janeiro (até que enfim!)
Eu gosto de... O Eduardo, gatos (aqueles peludinhos de 4 patas), pizza de maracujá, chocolate, sorvete, bons livros, cinema, vinho tinto, música , SDA, dormir e o Rio de Janeiro...
Eu não gosto de...ficar longe do Eduardo, estar longe das pessoas de quem gosto, acordar cedo, dias chuvosos, brigas, me sentir sozinha, almeirão amargo, gente hipócrita, correio lotado em época de Natal, clientes mal educados no banco e de vez em quando minha família.
Quero ter...Os dois volumes do Musashi, um monte de livros do Stephen King, o resto da coleção do Helloween, quatro fontes inesgotáveis: 1 de Pepsi Twist, 1 de Vinho tinto, 1 de pipoca e 1 de chocolate. Velox, que meus gatos parem de soltar pêlo e um salário maior.

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