}i{ Blog da Ilyria }i{

27.10.04


Post de aniversário do Blog. Faz um ano que tenho essa coisa aqui. Já escrevi quilômetros de merda, ofendi algumas pessoas, briguei com outras, ri, chorei, desabafei... e não pretendo parar com isso tão cedo. Vale a pena – e me economiza gastos com Psicólogo.
E eu que pensava que não teria saco pra ficar um mês fazendo blog... a gente se engana né?

Estava conversando com a minha mãe ontem (ela me ligou pra falar que tinha recebido a caixa com as encomendas, inclusive o pano do meu vestido que vai ficar lindo!) e uma frase que ela falou me ficou na cabeça e me fez fazer algumas considerações. Ela falou sobre acostumar a perder as pessoas pra morte (o assunto era a Brigitte, que mesmo um serzinho com 4 patas e não sabendo falar, era uma pessoinha muito querida pra mim), que eu ainda estou nova e, com muita vida pela frente, possivelmente terei muita perda pela frente. E eu pensei uma coisa: realmente preciso aprender a perder pra morte, porque pra vida, acho que a duras penas, mas tou aprendendo.
Me explico: perder pra morte é claro, básico e auto-explicativo. Perder pra vida, na minha concepção, é perder pra distância, perder pra outras pessoas, perder pra correria, pro tempo, pra essas coisinhas pequenas que afastam as pessoas de que gostamos da gente, mesmo que às vezes façamos esforços em contrário. Vejo isso como uma coisa curiosa que me ocorreu outro dia. Estou tendo muito menos contato com os amigos que deixem em MG agora que moro aqui do que quando morava no PR. E olha que o contato inicial, com a informação de que eu estava aqui e o número do meu telefone, eu dei. Acho que as pessoas esperam que, por eu estar aqui de volta, eu tenha obrigação de procurar sempre. Como o caso da Dani Marques, que depois de uns tempos parou de mandar msg no cel, Marquinho idem (se bem que a gente brigou meio feio nesse meio tempo), Fabrício que nunca respondeu a carta que mandei pra ele depois de chegar aqui, Michelle que não manda mais email (tá, eu também não mando muito)... Sei que muita gente não tem tempo, como eu também não tinha quando trabalhava e fazia facul, mas sei lá... se bem que também não tou ligando muito pra isso. È como eu disse, tou aprendendo...
Tava pensando outro dia também nas minhas reações em relação a morte. Até o presente momento só perdi duas pessoas (de duas patas) próximas a mim, e talvez a perda de uma me faça sofrer ainda hoje muito mais do que a outra, que em tese deveria me fazer sofrer. A pessoa 1 é o Couto, um ex namorado da minha mãe de quem eu gostava MUITO, e teve uma morte estúpida: era PM, envolvia em tiroteio em favela, essas bagaças todas, e foi morrer atropelado saindo de Lagoa Santa e indo pra casa dele em Vespasiano. Até hoje, se eu e minha mãe tocamos no assunto Couto, saem algumas lágrimas. Ele morreu em 97. A pessoa 2 é meu pai. Hoje, dia 27, tá fazendo dois anos que ele morreu. As duas únicas vezes que chorei lembrando dele, depois da semana imediatamente posterior à da morte dele, foi no Dia dos Pais do ano passado, em que eu dormi na casa da Claudia, e lá pelas duas da manhã, a gente tava conversando e comendo bolo de chocolate na cozinha, o assunto saiu e eu chorei um monte. E a segunda foi 12/06 desse ano, dia do show do Sérgio Reis, que é uma das coisas que me faz mais lembrar meu pai. A minha grande mágoa na morte do meu pai é não ter tido tempo de me acertar com ele, não ter dito o que precisava, embora já soubesse o que diria, e que precisava dizer. Não a morte dele. Sei que ás vezes pode parecer meio insensível, mas não vou fingir coisa que não sinto, por simples conveniência. Eu e meu pai tivemos momentos legais, mas tivemos MUITOS momentos ruins, e infelizmente o ser humano costuma se lembrar mais é deles, então prefiro deixar isso tudo quietinho.
Ainda no papo com minha mãe, ela comentou que minha tia Ivone disse que a Denise (a moça que alugou a casa da mamãe) cogitou comprar a casa qdo o marido dela voltar de Portugal – foi lá fazer pé de meia -, caso mamãe estivesse interessada. E ela me perguntou o que eu achava. A resposta foi não, por dois motivos.
1 – se esperarmos mais um pouco, aquilo vai valorizar pra caramba. Há 4 anos e pouco, minha mãe comprou o lote por 3.500,00. Hoje, lote naquele pedaço, já tá valendo 6, 7 mil. Fora a casa, 100m² de construção entre casa e varanda. Tá, é de madeira, mas muito bonitinha, bem construída e com melhorias, tipo a lavanderia, as grades na casa toda, a grade da entrada, o muro...
2 – ter uma casa DELA e não ter que ouvir “a porta da rua é serventia da casa” e “cê tá se esquecendo que a casa é minha” (ela ouviu tanto do meu pai meio que o tempo todo, quanto da minha tia, algumas vezes) foi, durante anos, o sonho da minha mãe. Ela aguentou muita bucha com meu pai pra conseguir o direito ao $ da casa de Oliveira e poder construir a dela. E mesmo que ela esteja casada e pretensamente tranquila, não acho que ela deva abrir mão desse sonho tão cedo. Não antes de ter alguma outra segurança (tipo outro imóvel ou uma aposentadoria, algo assim.) O curioso é que me ocorreu agora que eu defendo minha mãe nesse ponto embora eu mesma tenha ouvido muitas vezes “não tá satisfeita, pode ir embora” e “enquanto vc morar sob meu teto, sou eu que mando”. E o mais curioso ainda é que a casa de Oliveira tava no meu nome e tals, precisou me emancipar pra vender, e aquela eu considerava minha, mas não considerei meu o dinheiro obtido da venda dela – tanto que a cada vez que minha mãe perguntava se devíamos emprestar $ pra minha tia eu dizia que ela é que sabia, que a grana era dela – nem considerei minha a casa de PG. Eu morava lá, mas era da minha mãe. Eventualmente eu sei que ela vai ser minha, ou uma parte dela pela venda ou por herança da minha mãe, mas ela não é minha. Não a sinto como minha. E quaisquer sensações que eu pudesse ter de posse, deixei pra trás quando saí de casa. Tanto que nunca mais falei “lá em casa” e sim “a casa da minha mãe”. O apartamento da Cel. Bittencourt se tornou minha casa a partir do momento que entrei lá, embora minha família não o considerasse assim. Whatever. Como dizia uma música da Leila Pinheiro (é isso?) que eu costumava ouvir na Inconfidência FM, “Meu lar é onde estão meus sapatos”. (meu lar é dentro do meu guarda roupa????)
Hoje não estou muito pra escrever diário. Pra resumo, no fim de semana fui pro Rio, fui numa festa de aniversário com o Eduardo. Era à fantasia e eu fui de Vandinha Adams e ele de Freddy Kruger. Ficou ótimo, assim que ele me passar as fotos eu boto no flog ou aqui mesmo.
Ah, falar em flog, consegui lembrar a senha que há algumas décadas atrás (mentira, no começo do ano, quando ainda se podia registrar flog no Brasil a qualquer horário) coloquei no meu flog e reativei aquela bagaça.
www.fotolog.net/ilyria80
O curioso é que a rede da Caixa não me permite acessar a página de registro/login nem ver comentários, então pra atualizar só de casa mesmo – acho que vou atualizar essa semana umas duas vezes e depois na casa do Eduardo – caso ainda não tenha comentado, consegui folga no dia 01 e vou emendar o feriado lá. (folga o caralho, tou pagando a folga em hora extra. Hoje por exemplo cheguei lá 09:00 e acabei saindo 17:30 por causa dos tais cartões Bolsa Família. Se eu já era contra esse assistencialismo governamental antes, imaginem agora depois que trabalho com isso... )
Tá um puta calor aqui, chove e ao invés de refrescar fica mais quente. Vc acaba de tomar banho e tá suando de novo. E mesmo com Protector na tomada os pernilongos tão devorando. Acho que vou começar a usar Espirais Boa Noite. Aquele negócio fede, mas ao menos eu não lembro de pernilongo na casa quando a gente queimava aquilo. Fora que aquilo me lembra minha infância...
E o calor nem chegou...
Bom, pra não perder o costume, fotinha aqui – embora uma diferente vá pro flog também.



Another brick in the wall..


Postado Por: Laurelin Corsets às 10/27/2004 12:10:00 AM






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.:. Perfil .:.
Nome: Vanessa
Idade: 25 (fiz em 08/04)
Onde me escondo: Rio de Janeiro (até que enfim!)
Eu gosto de... O Eduardo, gatos (aqueles peludinhos de 4 patas), pizza de maracujá, chocolate, sorvete, bons livros, cinema, vinho tinto, música , SDA, dormir e o Rio de Janeiro...
Eu não gosto de...ficar longe do Eduardo, estar longe das pessoas de quem gosto, acordar cedo, dias chuvosos, brigas, me sentir sozinha, almeirão amargo, gente hipócrita, correio lotado em época de Natal, clientes mal educados no banco e de vez em quando minha família.
Quero ter...Os dois volumes do Musashi, um monte de livros do Stephen King, o resto da coleção do Helloween, quatro fontes inesgotáveis: 1 de Pepsi Twist, 1 de Vinho tinto, 1 de pipoca e 1 de chocolate. Velox, que meus gatos parem de soltar pêlo e um salário maior.

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