A dor e a delícia (?) de trabalhar – e morar – numa cidade no meio da Puta que Pariu
- No final de semana, você tem ônibus de hora em hora pra sair ou entrar na cidade. Isso quando ele não atrasa ou deixa de rodar porque é assaltado no ponto final.
- O ônibus é um absurdo de caro, levando-se em conta que o trajeto é relativamente curto e os carros são desconfortáveis.
- A cidade tem aquele clima peculiar de cidade do interior, em que todo mundo conhece todo mundo – e fala da vida de todo mundo. Eu, por exemplo, tenho CERTEZA que já estou sendo falada pelas beatas da cidade. Não faço sinal da cruz quando passo na praça da igreja, não vou na missa, e absurdo dos absurdos, quando meu namorado vem pra cá dorme na minha casa – e eu tou morando sozinha, olha só. Além do quê, moro do lado do cara mais mal falado da cidade (acho que já comentei isso no último post).
- Você não anda cem metros, em rua NENHUMA, sem correr o risco de pisar em cocô de cachorro.
- Não tem UM BENDITO provedor de internet grátis com número local.
- Você não tem cinema, lojas decentes, supermercados razoáveis ou qualquer outra coisa com as quais você se acostuma numa cidade maior. Chega ao cúmulo de você perguntar pro caixa de um supermercado menorzinho onde vc foi fazer compras se tem Perfex e a criatura vira pra você e “quê isso???”
- Você acha DUAS marcas de leite TP pra comprar. As duas absurdamente caras.
- Trabalhar no banco em que a maioria dos aposentados recebe te faz conhecer a população idosa (pra não dizer decrépita) da cidade, na qual figuram pessoas absurdamente simpáticas, que vêem que você está ficando gripada e te trazem uma sacola de limão capeta (que é uma maravilha pra fazer suco).
- Você vai da sua casa para o trabalho a pé em 15 minutos – isso porque dizem que você mora longe da praça.
- A cidade tem coisas que te remetem deliciosamente à infância, caso você tenha crescido em cidade pequena. Como carinha vendendo algodão doce na rua, barraquinhas vendendo maçã do amor em festa da igreja ou leiteiro entregando leite a domicílio – com uma carroça carregando os latões.
- Você pode esquecer uma sacolinha no guarda volumes do supermercado e ninguém leva, o pessoal guarda pra te entregar depois. Ou você fica devendo R$0,50 no sacolão pra pagar da próxima vez que for lá. Ou você tá no ônibus e quando ele pára num determinado ponto entra alguém dizendo ao cobrador “Aqui os 25 centavos que o professor ficou te devendo na última viagem”.
Bom, novidades... sei lá... meu computador tá chegando talvez semana que vem... eu ando comendo um monte... conseguindo fazer TODA A SÉRIE de exercícios na academia, até os abdominais, sem reclamar... ando em crise de querer cuidar da aparência (meu novo corte de cabelo ficou lindo, fiz banho de lua e depilação – DÓI! – ontem. )... As baratas que o bar que tem embaixo da minha casa faz o favor de mandar lá pra casa começaram a morrer com o Matox... Andei meio puta da vida com uma pessoa que me contou umas cabeçadas que andou dando por aí – justamente o contrário do que eu tinha aconselhado, mas sua cabeça é seu guia... quem sou eu pra dar palpite. Não tou tão carente quanto tava no último post... Ando meio sem saco pra visitas sociais, tem duas semanas que não vou na Sandra e no Hélcio, só ligo pra dizer que ainda estou viva...
Recebi uma ligação da minha ‘filha” D@ni essa semana...
Bom, acho que é isso...
___________
Edit:
Como não tem nenhuma mais recente, uma fotinha minha com meu amore na Páscoa...
Postado Por:
Laurelin Corsets às 6/25/2004 03:29:00 PM